DE FRENTE PRO SOL
por Regilene Rodrigues Neves
Hoje abri a janela da alma
Para entrar sol
Quis sentir a primavera
Dos meus anos
Que chega sorrateiro
Comemorando a vida...
Ver minhas folhas amaduradas
De belezas imperceptíveis
Misturadas de essências líricas...
Enxergar nos jardins
A verde esperança
Que entrelaça as flores
Num abraço de alegria...
Deixar para trás meus invernos
Cheios de solidão
Respirar a nova manhã
Que me propõe uma nova estação...
Recomeçar onde o tempo parou
E só senti lágrimas durante algum tempo...
Coloquei a alma pra fora
Estendida para o sol
Para secar o mofo
Guardado nas paredes
Ressequidas de sentimentos
Contrários as minhas vontades...
Não me dei conta
Dos dias ensolarados lá fora
Que se abriam todas as manhãs
Aquecendo meu corpo
Do carinho de Deus
Que persistia em me aquecer
Enquanto me preenchia de invernos sombrios...
Sinto a vida absoluta
Colhendo sonhos
Que dormiram em segredo...
Quis abrir os meus
Perdidos na alma...
Em algum lugar do tempo
Lembro-me que deixei de sonhar...
A realidade fora os devorando
Como se não me pertencessem...
E eu me acostumei à desilusão
E as carências multiplicadas no meu coração
Esqueci da mulher em mim
Que escrevia poesia
Para melhorar os sentimentos
E de alguma forma tocar e ser tocada
Para amar e ser amada
Em versos íntimos...
Mas hoje é outro dia
Quero largar essa mania
De machucar minha auto-estima nos espinhos.
Quero respirar o perfume das flores
Sentir o sol pelos meus recantos
E nessa primavera
Abrir janelas
Para entrar luz dentro de mim!
Sorrir meus sorrisos
Até virarem felicidade...
Em 03 de novembro de 2010