Até as Últimas Consequências

Resolvi, temporariamente, parar de, com a vida, discutir.

Creio que essa postura seja mais adequada para facilitar o subir.

Afinal, eu quero chegar ao topo de mim,

Antes de ser alcançado pelo fim!

Como não sei exatamente o tempo que me resta,

Resolvi desenrugar a testa!

Decidi, também, relevar tudo que estava me consumindo,

Até porque, como se vê, já estou partindo...

Não quero levar mágoas na minha bagagem.

É bem outra a atual aragem!

Estou me devendo um bom tempo,

Um praieiro relaxamento!

Sem ter que pensar no dinheiro do pão...

Em ter que economizar para a ração!

Em ter que cortar o pacote da televisão...

Sem ter que fazer da própria casa uma voluntária prisão,

Por não ter um tostão!

Basta dessa danação!

Preciso sossegar minha mente.

Ela vem trabalhando incansavelmente,

Tirando coelhos diários da cartola,

Batendo recordes de audiência com seus shows de bola!

A ideia é deixá-la se recuperando no colo da poesia.

Solo sagrado concebido pela harmonia!

Idealizei um recomeço,

Longe de antigos e teimosos tropeços.

Onde só se caminha de cabeça erguida,

Sem ter que contar as tragédias da vida.

Onde não se precisa bater o pé.

Onde se é valorizado exatamente pelo que se é!

Quero a afeição espontânea,

A atração subcutânea!

O carinho explícito,

O respeito nunca visto!

Quero um dourado desfecho,

Para esse enlouquecido enredo!

Vivido até as últimas consequências,

Com sua inconfundível cadência!

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=dXo2B_zA_UI

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 26/10/2010
Reeditado em 27/10/2010
Código do texto: T2578975