MISTURA CONFUSA...
Sou como a borboleta
que exibe suas saias azuis
e ensaia seu balé
nos canteiros alheios.
Sou como a juriti do mato
desbotada e sem calor
que nasce de qualquer chão,
que dorme sobre a florzinha à toa
e entôa canção triste em qualquer tom.
Vôo qual albatroz feliz e livre
vestindo cetim violeta e lilás,
ávida pela luz do sol
roubando de mim
um sorriso vulgar.
Sou uma mistura confusa
e me valho, porque me dôo.
Vejo com os olhos do joão de barro,
tenho asas de uma albatroz feliz
e de vôo em võo,
vou me convertendo em pedaços...