ENCANTAMENTO

Ao calmo abrir da janela,

A vista surpreendente

Enfeitiça o meu olhar,

Na tarde serena e quente.

A banhar a costa de ouro,

‘Stá o mar imenso e azul,

E a linha do horizonte

Perfeita, virada ao Sul.

Junta-se além o Arade,

Entre dois faróis atentos.

O céu limpo e transparente

Espantou todos os ventos.

Cheias de encanto as gaivotas

Passam tão perto de mim,

Como crianças brincando

À roda do seu jardim.

Agora é uma que grita,

Voa rápida, zangada.

Porém, mantém-se a harmonia,

Eu não me sinto lesada.

Descrever, eu não consigo,

Esta deslumbrante vista,

O que vejo, o que sinto.

Quem dera que fosse artista!

Mas dou-vos graças, Senhor,

Por ter olhos para ver

E um coração para amar

O Teu Divino Poder.

Praia da Rocha, 21.07.2003

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 05/10/2006
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