Tempo

Nas curvas do tempo,

encontro-me de rosto envelhecido

mas alegre por ter vivido.

A criança escondida nas linhas do tempo,

brinca faceira nos cantos dos lábios

rasgados num sorriso,

baila tranqüila no piscar dos olhos...

Saltita feliz da vida nos sonhos

que não adormeceram.

No corpo que vai devagar

tem vestígios da menina levada,

que o tempo não se atreve a apagar.

Tempo que passa tão suave,

mas teimoso tenta a menina levar...

Porém na alma sem idade,

que vive pela eternidade,

buscando a sabedoria,

se aperfeiçoando, a menina

sempre viverá,

e o tempo teimoso em sua luta

sempre permanecerá,

tentando a menina levar.