Enquanto o blues não acaba...
O ritmo do blues surrupia meu recinto...
Como este som negro é rebelo!
Indomável, austero... Como o instinto...
Sem querer, banal, canto junto
O que sai muito natural, sincero...
Acho pobre mas honesto o efeito vocal
De meu destoar tenor mesclado
Ao suingue perrengue da guitarra visceral
Tresloucado, corro no quarto e saco da gaita
Sopro-a esganado tal fosse eu parte da banda...
Um relâmpago ilumina minha vida passada
Dotando-a, inteirinha, de uma trilha sonora!
Lembranças... Que agora não me servem de nada
Mas estão lá, rateando emoções, ao mesmo tempo...
A música cristaliza-me intenso para a posteridade
E vivo em razoável verdade enquanto o blues não acaba...