Vai linda e solta desnuda mulher

Vai linda e solta desnuda mulher


É tarde, a chuva parou por hora.

E a mulher desnuda já se vai.

Sem pompa, sem choro, sem desespero.

Vai ela de encontro a pausa.




Seu ser está sem brilho, mas calmo.

Há um fôlego a se abrir e florir.

Há um tempo de se ouvir, de falar.

Tempo de se calar e deitar, descansar.




Desnuda mulher de preconceitos, treijeitos.

Caminha nua por todas as ruas, sem medo.

Veste-se de amor e resplendor de alma.

Vive de atitudes, amuides, sua chama.




Vai linda e solta desnuda mulher!

Da-me um beijo de chuva.

Molhado de amor.

Com gosto de pura uva.




Acetinado como a lua.

Repleto de cratéras.

Recheado de quimeras.

Beija-me mulher, roça-me a nuca.




Vem com o mel de seus seios.

Me aninhar em seus meios.

Me aguçar de paixão.

E depois dá-me sua mente e coração.




Vem desnuda mulher que lhe aguardo!

Ardo por seu corpo.

Anseio pelo seu ser.

Respiro seu viver.



Sou vampiro e anelo suas veredas.

Guarda seu medo de mim.

Não sou seu mal.

Sou apenas o bem que lhe falta.




Teresa Azevedo

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krika3@gmail.com



Desenho também de Teresa Azevedo
Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 29/09/2010
Reeditado em 29/09/2010
Código do texto: T2526687
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