Lição Paratiense
A grande lição que me ensinou essa cidade,
Tão controvertida
E tão mal dirigida,
Foi a humildade
De viver em simplicidade.
É o que levarei para toda a eternidade.
A fórmula é simples e funcional:
Liberando a mente
Da ilusão que mente,
Sobra mais energia,
Para vasculhar a harmonia
Dessa Criação fenomenal!
O rompimento com o sonho burguês,
A libertação de uma vez,
Com a não-filosofia do gado,
Valeram cada gota de suor derramado.
Em lugar da prometida bonança,
Recebi essa inestimável herança.
Que há de guiar todos os meus passos,
Em direção à liberdade do espaço.
À concretização de todos os laços,
Que caracterizam meu compasso.
À homologação de todos os afetos,
Que adornam meu teto.
Tenho que confessar,
Que não foi muito fácil de assimilar
Esse posicionamento,
Calcado no despojamento,
Amplo, geral e irrestrito,
Que à sociedade, mais parece uma perda de juízo!
Demorei um pouco para reconhecer as vantagens,
De se viver à margem...
Principalmente,
Ideologicamente!
É muito bom ver os pensamentos,
Alinharem-se em novo encadeamento...
Muito mais lógico!
Bem mais sólido!
O sentimento é de fidelidade a si próprio,
Não de escravidão às múltiplas faces do ópio.
Chega-se mais próximo de uma universal noção.
Sente-se muito mais pertencente e participante da vastidão.
Amplia-se a visão de forma tão avassaladora,
Que chega a ser constrangedora
De tão clara,
De tão cara,
De tão nítida,
De tão límpida!
Música cosmicamente indicada:
http://www.youtube.com/watch?v=WWGmVA-rcT0