INFÂNCIA
Bonecas de pano,
Panelas de barro,
Soprando ferro de passar roupa
Até ficar em brasa viva,
Amendoim doce, chiclete,
Suspiro, a cada dia
Havia algo novo a fazer,
A leitura era minha preferência,
Mesmo com toda a insistência
Das amiguinhas a chamarem
Para brincar,
Bancos na praça,
Margaridas voando ao vento,
Era o que servia de alimento
Para que meu coração poético
Celebrasse aquele instante
Que sempre vive em mim,
Eram tantas brincadeiras,
Cantando “Mulher Rendeira”,
O teatro a praça pública
Pena que tudo passe tão rápido
E fique como um quadro pintado
Com as tintas do coração,
A tela, é a passarela
Que me dá vida,
Os enfeites são as palavras
Que dançam em poemas
Que trazem como tema
A alegria de volta,
E sorrio, danço, canto
Com tudo que vivi,
Com tudo que senti
Em minha infância tão feliz!