Peregrino

Creio que já seja possível ler nas rugas do meu rosto,

Que não há mais como aderir a esse atual jogo,

Vergonhosamente roto,

Despudoradamente tosco.

Ainda que seja obrigado a pisar nos mesmos espaços,

Sem qualquer tipo de embaraço,

Jamais poderão confirmar a minha prisão,

Ou suposta adesão.

Pode ser até que os frequente como agente infiltrado,

Cosmicamente qualificado,

Para causar um certo desconforto,

Nessa busca insana por um suposto conforto.

Ser-me-ia impossível, afastar-me de todo.

Não haveria como espalhar meus versos, de pronto.

Essa é a verdadeira razão,

De dividir, involuntariamente, o mesmo chão.

Embora minha vontade seja a do isolamento absoluto,

Para preservar o meu solo fecundo.

Tenho consciência que assim me limitaria o campo de atuação,

Do poder da minha afeição.

Fugiria por completo,

Do meu objetivo direto,

Que é o de instigar a evolução,

Através da interior transmutação.

Desbancar de uma vez por todas as ilusões capitalistas,

Absurdamente destrutivas,

Autopunitivas,

Sobre todos e quaisquer pontos de vista.

Soterrar completamente o estabelecido,

Por estar visivelmente, apodrecido,

Contaminando impunemente as mentes

E o sagrado ambiente.

Chacoalhar a humanidade,

Para abandonar a banalidade,

A gratuita agressividade,

A vulgaridade,

A falsa religiosidade,

Que isola e mata em nome da divindade...

Toda a forma de barbaridade!

Todo o preconceito,

Que minimiza a luz em cada peito.

Pode ser pretensão,

Mas, essas são as razões,

Que, ainda, justificam minhas pulsações,

Plenamente engajadas na imensidão.

Vídeo recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=EQrDsuORubI

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 12/08/2010
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