Pelo Ar

A ansiedade permanece na minha periferia.

Ao centro, a alma continua em vertiginosa ardentia...

As camadas exteriores da minha mente

Agitam-se,

Debatem-se,

Sangram

E me espancam...

Não interior, as sementes

Continuam sendo semeadas,

Em segurança e tranquilidade.

Só por isso, não perdi de todo, a serenidade.

É o interior que manda o exterior

Calar a boca.

Essa verborragia interminável e louca,

Que leva a nada,

Deixando a cabeça estrangulada.

Esse verdadeiro muro de lamentações,

Onde mantenho penduradas todas as decepções.

A um só tempo, sede da milícia

E da famigerada polícia!

É como se existissem dois de mim.

Um que só diz não e outro que só sabe pronunciar SIM.

Um que se ulcera por falta de dinheiro,

Outro que se entrega ao universo por inteiro.

Um que é pura insegurança,

Outro que se esmera desenhando a bonança.

Um que está, com essa cidade, profundamente magoado,

Outro que fica feliz de, por aqui, ter passado...

Pois, foi por causa da exuberância natural do lugar,

Que se assumiu poeta e aprendeu a voar.

Um que faz qualquer coisa pra ser aceito,

Outro que prefere respeitar o sagrado dentro do peito.

Acontece que resolvi, conscientemente, interferir nessa guerra,

Antes que se derrame mais sangue pela terra.

Está claro para mim, quem está com a razão.

Está gravado

Em azuldourado

No resiliente coração.

Minha vida está entregue à poesia:

A única luz capaz de iluminar o meu dia!

É às suas sementes que devo cuidado.

São elas que me mantém arrebatado.

O outro,

Deixo-o no porto.

Não tenho medo de navegar em mar aberto.

Confio na poética embarcação,

Sei muito bem, o que me é certo.

Sou inspirado e guiado pela imensidão!

Tarde demais para, a outra situação, me adequar.

Já estou livre e leve pelo ar.

É assim que vou ficar!

Vídeo lindo:

http://www.youtube.com/watch?v=NyJIgXxN4zc&feature=related

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 11/08/2010
Reeditado em 11/08/2010
Código do texto: T2430895