UM ANJO BEM-DISSE MEU NOME

Um anjo bem-disse meu nome

Em alto e excelso tom

E que voz dilúcida

Do alado serafim bom...

Seu verbo desdobrou-se

Em túrgidos megatons

Pelas correntes dos arroios

Pelos pascigos, boscagens

Bordejou ocidentais, orientais ares

De vilas francesas e chinesas

Deu ao mundo, volta e meia

Emaranhou-se em tudo, tudo...

Por último o som aterrissou

Nas cordas dos meus ouvidos...

Quebrantado, ele disse - chega! -

Na paz do encontrar-me, silenciou

Para ser reproduzido no nunca mais...

O tempo roaz não o mitigou

Na procura de guarida, abrigo

Dentre os sortidos céus auroreais...

Agora sou só eu!

O nome pertinaz encarnou-me

E hoje vive quedo comigo...

Gê Muniz
Enviado por Gê Muniz em 29/07/2010
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