UM ANJO BEM-DISSE MEU NOME
Um anjo bem-disse meu nome
Em alto e excelso tom
E que voz dilúcida
Do alado serafim bom...
Seu verbo desdobrou-se
Em túrgidos megatons
Pelas correntes dos arroios
Pelos pascigos, boscagens
Bordejou ocidentais, orientais ares
De vilas francesas e chinesas
Deu ao mundo, volta e meia
Emaranhou-se em tudo, tudo...
Por último o som aterrissou
Nas cordas dos meus ouvidos...
Quebrantado, ele disse - chega! -
Na paz do encontrar-me, silenciou
Para ser reproduzido no nunca mais...
O tempo roaz não o mitigou
Na procura de guarida, abrigo
Dentre os sortidos céus auroreais...
Agora sou só eu!
O nome pertinaz encarnou-me
E hoje vive quedo comigo...