DESPEDIDA
Na última folha do caderno
Escrevo a despedida:
despeço-me de minha mocidade,
uma moeda:
A cara, sonho,
A coroa, medo;
despeço-me de minha loucura,
como Jano, duas faces:
Uma fada,
A outra bruxa;
despeço-me de minha fantasia,
uma roupagem:
Mistério
E segredo;
despeço-me dos outros,
estradas de mão e contra-mão:
Os que se foram
E os que permanecem;
despeço-me da realidade,
condição:
Bondade
E crueldade.
Despeço-me do antigo
para dar as boas vindas à serenidade:
Aos que estão
E aos que virão.
Que o novo se faça!
Que traga o quê será!
Que renasça a nova fase
de glórias e mazelas!
É assim que a vivência se faz
E a vida se fortalece.
Barbacena, 27/06/2010
LLisbôa
POEMA 11