No Topo

Se, de súbito perde-se o direito a sonhar,

Não sei como poderia sobreviver.

Preferiria me esquecer...

Já que não poderia mais escrever,

Posto que, sem sonho, não há poesia,

Não existe melodia,

Apenas uma sequência irresponsável de notas,

De insossas anedotas,

Aspirando por um pouco de ar...

Delirar nas asas leves da imaginação,

Numa alucinada, mas autêntica composição,

Mantém a minha lucidez,

Um pouco mais próxima da sensatez.

Nunca uso os freios,

Averiguo os receios...

Vou longe,

Subo todos os montes...

No topo,

Feito louco,

Solto a voz,

A pedido dos nós...

Com força e propriedade,

Com garra e sensibilidade!

Respiro fundo,

Comungo com a Criação,

Em respeito profundo,

Eternizo os versos,

Todos confessos,

Através da canção.

Em cada compasso,

Um laço,

A intenção de um abraço,

Um traço...

Um refinamento emocional,

Um afinamento sideral.

Esse som que sai da garganta,

Que se alevanta

E se agiganta

Com sua intrépida estampa,

Explode em liberdade,

Diante da incontestável verdade!

Esse texto foi escrito ouvindo a canção “Balada de Gisberta”

http://www.youtube.com/watch?v=UjwPdxw0Yj8&feature=related

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 09/07/2010
Reeditado em 09/07/2010
Código do texto: T2367036