Não se Pede

Carinho só é válido,

Só desprende seu efeito mágico,

Se for espontâneo...

Se tiver origem no subcutâneo...

Quando solicitado,

Quando verbalmente requisitado,

Perde a validade

E, principalmente, a sinceridade.

É uma manifestação afetiva

Das mais relevantes,

Das mais efetivas,

Das mais intrigantes...

Há quem o rejeite, quem o negue,

Porque não o percebe

Em seu interior,

O que o inviabiliza no exterior.

São pessoas amargas,

Pecaminosamente ralas,

Abusam da agressividade...

Encarceraram sua humanidade.

Têm enorme dificuldade em abrir portas.

Estão enroscadas em suas egoístas cordas...

Fogem-lhes as melhores oportunidades,

Desentenderam-se com a sensibilidade...

São tristes!

Dedos em riste...

Mergulharam numa subexistência...

Desviaram a consciência!

O ser humano é fruto da sagrada afeição,

Não pode ignorar esse fato.

É incontestável esse seu dado.

Sem ele sua existência passa a ser uma aberração...

Todos nós precisamos de carinho.

Oferecê-lo,

Recebê-lo...

Para validar nosso caminho.

Sua semente a tudo resiste.

Desvia das pedras e insiste...

É um santo remédio,

Inimigo do tédio...

Mas, não se rasteja por ele,

Não se implora por ele...

O certo é semeá-lo,

Senti-lo!

Cultivá-lo,

Distribuí-lo

Sem concessões,

Muito menos, duvidosas intenções!

Não deve ser manipulado,

Não pode ser negociado,

Muito menos chantageado...

É para ser oferecido, dado.

O seu retorno é certo e seguro.

Basta espalhá-lo pelo mundo

Convictamente,

Indiscriminadamente!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 07/07/2010
Código do texto: T2363071