Não se Pede
Carinho só é válido,
Só desprende seu efeito mágico,
Se for espontâneo...
Se tiver origem no subcutâneo...
Quando solicitado,
Quando verbalmente requisitado,
Perde a validade
E, principalmente, a sinceridade.
É uma manifestação afetiva
Das mais relevantes,
Das mais efetivas,
Das mais intrigantes...
Há quem o rejeite, quem o negue,
Porque não o percebe
Em seu interior,
O que o inviabiliza no exterior.
São pessoas amargas,
Pecaminosamente ralas,
Abusam da agressividade...
Encarceraram sua humanidade.
Têm enorme dificuldade em abrir portas.
Estão enroscadas em suas egoístas cordas...
Fogem-lhes as melhores oportunidades,
Desentenderam-se com a sensibilidade...
São tristes!
Dedos em riste...
Mergulharam numa subexistência...
Desviaram a consciência!
O ser humano é fruto da sagrada afeição,
Não pode ignorar esse fato.
É incontestável esse seu dado.
Sem ele sua existência passa a ser uma aberração...
Todos nós precisamos de carinho.
Oferecê-lo,
Recebê-lo...
Para validar nosso caminho.
Sua semente a tudo resiste.
Desvia das pedras e insiste...
É um santo remédio,
Inimigo do tédio...
Mas, não se rasteja por ele,
Não se implora por ele...
O certo é semeá-lo,
Senti-lo!
Cultivá-lo,
Distribuí-lo
Sem concessões,
Muito menos, duvidosas intenções!
Não deve ser manipulado,
Não pode ser negociado,
Muito menos chantageado...
É para ser oferecido, dado.
O seu retorno é certo e seguro.
Basta espalhá-lo pelo mundo
Convictamente,
Indiscriminadamente!