ETERNAMENTE VERÃO

Ontem em minha alma era inverno,

Pois a dor ela hospedava

E aos poucos se transformava

Num recinto abandonado,

Melancólico e gélido

A sete chaves trancado.

Um dia, porém, por descuido,

Minha alma tão contristada

Foi alvo de um raio de sol

Que em sua sagacidade

Por tênue fresta adentrou

E qual posseiro se alojou,

Expulsando toda a dor

Que há muito ali se instalara.

O raio de sol tão franzino,

Intrépido e insistente

Foi se achegando inocente

E assim, paulatinamente,

Minha alma ele aqueceu

Com tamanha intensidade

Que a tornou iluminada,

Receptiva ao amor

E à plena felicidade!

Toda a frialdade de outrora

Cedeu lugar à emoção,

Hoje em mim não há tristeza,

Dor, tormenta ou incerteza

E no interior de minha alma,

Repleta de luz e de calma,

É eternamente verão!

Lourdes Cúrcio
Enviado por Lourdes Cúrcio em 02/07/2010
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