AS COISAS QUE A ALMA GUARDA
(Regilene Rodrigues Neves)
Abrigo-me no celeiro da minha alma
Onde guardo as coisas de toda uma vida
Por vezes as reviro dentro de mim
Alguns objetos decorados de alegria
Soltam sorrisos da minha face
Feito um bobo alegre rindo a toa...
Um bocado de tristezas
Estão feito poeira
Junto às coisas do passado
Envelhecem ali
Em meio a páginas escritas de mim...
São capítulos de uma história
Cheia de lutas
Na qual amparo meu alicerce.
Às vezes me acolhem
Num silêncio obtuso
Querendo dar a solidão
Uma proporção maior
Que a de estar só,
Quando apenas
Ela não passa
Do recolhimento
Que necessito para refletir
Meus caminhos...
Não me sinto só
Estou sempre acompanhada
De uma poesia
Que me preenche de alegria...
Alegria de sentir e de estar
Em qualquer lugar
Nela ninguém exige nada de mim
Apenas que minha alma voe...
Nesta liberdade
A felicidade no meu peito
Ecoa para fora
Para que meus sorrisos
Esgotem dos meus lábios
Toda alegria de viver
Que sinto quando parto
De um lugar ao outro
Sem sair do lugar
Apenas levando a imaginação comigo...
Para ser feliz não é preciso tanto
Apenas deixar vibrar a poesia da vida
Que se esgota no universo
Para enxergarmos e sentirmos felicidade
O resto são coisas necessárias à alma.
Em 29 de junho de 2010