POEMA DA PRATA
Quando cai a tarde e eu não te encontro,
fico feito mariposas procurando luz,
desordenado no meu caminhar pelos cômodos da casa.
Quando cai a tarde e eu não te encontro,
fico feito o andarilho que procura um lugar pra se abrigar
e, não encontrando, entrega sua sorte
aos céus e adormece sob as estrelas,
depois de o dia inteiro esperar por elas.
Meus pensamentos já não são meus, já não me pertencem
vejo-os escorrendo entre os dedos da sua mão
como fagulhas de prata numa noite clara de luar,
refinados e cintilantes como que implorando:
-Sou teu, me guarda!...antes que venha o vento
para aplacar o calor do seu corpo e suavizar sua fadiga e
me leve embora pra sempre.
se não podes, acrescenta à lua esse tesouro,
para que quando numa noite de verão a vires,
te invada o pensamento:
-"Ali tem acrescido, o meu pó de prata,,,
-um pouquinho dele e do amor que sente por mim"
Eternamente...pra sempre!...até o final dos nossos dias.