Hoje deu-me para assobiar
Não é uma questão de compostura
Há valores que me incutem com defeito
Mulher que assobia é olhada com despeito
Pior um pouco se a dita já for madura...
Há um sibilar, um silvo agudo, um desvario
uma porta que se abre à liberdade
Coisas de impulso, um capricho ou veleidade
é só um som, nada mais que um assobio
Eu também canto quando o sol me acaricia
ensaio um trinado, um hino à alegria
Largo o soneto, já não quero terminá-lo
Que culpa eu tenho, se hoje me deu para assobiar?