Metapoema
Sei, amiga, que há um poema
Cá dentro em meu peito
Que não quer sair;
Um poema que lateja
De um jeito
Que me faz sorrir.
São vãs as tentativas de tê-lo,
De colhê-lo
Em matéria,
Visto que poesia é coisa séria:
Ela é parte de quem a cria.
Este é o poema que eu queria.
E, nesta ânsia de concebê-lo,
Penso em ti, doce criatura,
Pois que és a última esperança
Da ardente chama que cura.
Mas... eis que percebo
Tênues manifestações de um recém-poema,
Que, enfim, nasceu
Sorrindo
Para o mundo.