Lição Principal

Chega a ser escandalosa, a minha necessidade de alegria.

É como flui melhor a energia.

Dá-me uma sensação de estar no centro de mim,

De estar degustando as delícias do sim...

Acho que penso melhor,

Enxergo maior.

A tristeza limita-me.

Intimida-me!

Obriga-me ao recolhimento,

Ao casulo do sentimento...

É como se descesse do meu trono

E mergulhasse na velha sensação de abandono.

Lembro-me que quando menino,

Eu tinha comigo,

Que, de tão diferente,

Jamais poderia me abrir para toda a gente...

Sentia-me uma aberração,

Disfarçada em criança simpática...

Achava de péssimo gosto toda essa encenação,

A que todos se dedicam.

O Quasimodo em mim acreditava ser necessária muita dedicação,

Para despertar um mínimo de afeição.

Empenhava-me para que gostassem de mim.

Quando isso não acontecia, o que era raro, soava-me como o fim...

Em função disso, era extremamente comportado,

Um aluno aplicado.

Estava sempre sorrindo de verdade!

Assim fui angariando alguma afetividade.

Claro, nunca era o suficiente,

Posto que a meta era toda a gente...

Um sonho impossível,

De alguém extremamente sensível.

Na maturidade é que fui perceber o engano.

Arranquei, do cenário, todos os panos

E passei a me expor,

Sem ter medo da dor.

Demorei muito para demolir os castelos que me tinham construído...

Que tinham castradoramente me obstruído.

Só então passei a explorar a diferença,

A respeitar a mais profunda crença...

Aquela que está em nosso interior,

Não foi imposta pelo exterior.

Talvez, a maior lição dessa vivência,

Tenha sido descobrir

E assumir,

Que a mola propulsora da minha consciência,

É viver em harmonia.

Em autoral melodia!

Transcrevendo versos

Inspirados pelo universo!

Escrevendo poesia,

Para espalhar sementes de alegria!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 15/06/2010
Código do texto: T2320565