Imerso

Tenho me percebido imerso no sentir.

Entre um arrepio e outro,

Um discreto espanto estampado no rosto

E essa fome absurda de prosseguir...

Ah! Esse próximo passo!

Sua espera causa-me espasmos,

Tremores,

Temores,

Um inconveniente cansaço.

Alimento-me de etéreos abraços.

Essa intensidade com que venho vivendo,

Era-me inimaginável,

Radicalmente impraticável.

Eu diria, que, seguramente insustentável...

Além, de pouco provável.

No entanto é o que vem florescendo.

Com suas formas inéditas,

Com seus argumentos, sem direito às réplicas...

Com seu aspecto de sonho impossível...

Uma verdadeira intimação ao sensível,

A tudo que for sideral predicado,

A tudo que for delicado.

Como a vida muda de acordo com a lente,

Que emprega a mente!

Parece mesmo que tudo é questão de foco,

Para descobrir o mais adequado colo.

Aquele onde os dias se aquecem,

E as tempestades se esquecem.

Não sei precisar em que momento, aqui, cheguei.

Só posso lhes assegurar do tanto que cantei,

Da pureza das águas em que me banhei,

Das dezenas de vezes que capotei,

Da qualidade das sementes que plantei...

... E da imensidão que amei...

Amo!

E amarei!

É a minha sagrada vestimenta

Antitormenta,

Que me faz levitar

E me dispersar...

Livre e liberto!

Leve e desperto...

Pelo ar... ... ...!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 24/05/2010
Código do texto: T2275904