Que quis o meu destino errar
Deveria antes eu vir a nascer ?
E dizia que o tempo iria apagar.
Passado meu bom tempo, aqui estou
No corpo marcas indeléveis e latentes
Reveladas, e que o tempo não apagou
Queimando que nem ferros quentes
Sobre o leite derramado volto a chorar
Lamentando por não estar no teu linear
Apreciando pela primeira vez o teu amar
E assim poder sentir o coração a pulsar
Porém posso dizer que foi tudo diferente
O meu tempo passou, sem ver você chegar
A pensar ser um anjo em forma de gente
Se vê um espantalho no teu caminhar...
De braços abertos querendo te alcançar
Sofrendo com as intempéries do tempo
Crucificado a vê-la com outros passar
E o que nunca passará é o meu lamento