Eu, a sonhar, desenhava
uma pressuposta rosa
mas meu era apenas
o orvalho
que a quase rosa
colhia
As pétalas sobrepostas
eram linhas encantadas
que eu, criança,
seguia 
Desembaraçadas
as linhas
ficou minha alma exposta 
ao frio
à ventania
veio o sol
queimou-me
as cores
Eu era a rosa
que abria
Ficou um fruto vermelho 
a sangrar
por toda a vida
Ficou o sonho
perpétuo 
do belo
na minha vida
Vento algum
me o varreu
nem sal
de pranto o queimou
neves algumas
gelaram 
minha alma de menina. 


13/12/2002