Vim agradecer
pelo terremoto sem aviso
pelo vulcão que acorda
pela cabeça sem juízo
ao sino que toca
de joelhos, mãos unidas, agradecer
pela terra sem chão
pela pluma em que me transformo
pelo vento que me transporta
por me chamar de flor
agradecer à escrita
ao trabalho
à visita
ao presidente
à revista
à queda da jornalista
ao amigo conterrâneo
ao filme não assistido
à nova ortografia
ao regimento interno
à tecnologia
ao real instituído
a nada que seja eterno!