Em Brasas

Quero deixar registrado,

Que, apesar de todos os percalços financeiros,

Não troco a minha experiência,

Nas águas incomparáveis da sensibilidade,

Pela ilusão de uma velhice segura.

Sempre preferi a busca pela altura.

Sempre me interessou a criatividade.

Sempre quis expandida a minha consciência.

Sempre me encantaram os floridos canteiros,

Muito mais, muito mais que os jardins podados.

Orgulho-me de não ser plenamente aceito

Pelo sistema.

Pertenço a outro esquema.

Bate em outro ritmo meu peito.

Tentei só semear carinho,

Ao longo do caminho.

É genuíno meu interesse pela afeição,

Nunca pela posição...

Não, não pago qualquer preço.

Prefiro o espontâneo apreço.

Vivi e ainda vivo na brasa das percepções,

Sempre atento e obediente às sensações...

Às discretas impressões,

A todas as contrações...

A tudo que me arrepie,

A tudo que me conscientize,

Que amplie o entendimento,

Desse magnífico movimento,

Que embala nossa existência,

Desafiando os princípios básicos da ciência.

Senti e ainda sinto inacreditáveis emoções,

Um relicário ainda inédito em canções.

Algo bem próximo do divino,

Magia de sino...

O supremo afeto,

Etéreo teto.

A música primeira,

A essência inteira...

Colo universal,

Absolutamente sensacional!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 13/04/2010
Código do texto: T2193676