Delírio Consciente

Um pouco de febre...

Dado inconteste.

Vontade de mar aberto,

De ter imensidão mais perto,

Com seu perfume inconfundível,

Sua canção interminável e inesquecível...

Sombra de coqueiro,

Espreguiçar por inteiro...

Um novo tempero

Para aguçar o empenho.

A brisa,

Que suaviza...

Abranda,

Branca,

Sintetiza

E convida...

Tenho febre.

Ah! Se o tempo fosse mais célere,

Se ouvisse meu apelo

Dorido,

Comovido!

Se lesse, atentamente, meu roteiro

E me desse seu aval,

Para esse vôo fenomenal,

Redentor,

Resgatador!

Depois de tantos tropeços,

A chance de um recomeço,

Mais que idealizado...

Milimetricamente calculado,

Desenho de alma,

Faz suar a palma,

Que espera a oportunidade

De realizá-lo, com veracidade.

Arremate de uma história,

Que há de ficar na memória.

Ah! Essa febre!

Calor que persegue...

Delira

Inspira,

Arrepia...

Ardentia

Alada,

Azuldourada!

De uma vez por todas,

Por sobre as cercas mouras,

Desperta-me

E me conduza.

Espeta-me

E me induza.

Liberta-me

E me seduza!

Com tudo que está entre,

Com as fibras de seu ventre

Leva-me para sempre.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 06/04/2010
Código do texto: T2179964