Deixe Estar

Estava aqui pensando,

Calmamente, analisando...

Parece que a maré está virando,

Está quebrando

A meu favor...

Dou graças ao Senhor!

Ou será que fui eu que me virei,

E, conscientemente me foquei?

Resolvi reunir minhas forças

E dispensar essas múltiplas formas de forcas.

Cobrei de mim,

Um melhor acabamento para esse fim.

Tirei os tapetes,

Ajustei os soquetes,

Troquei a fiação,

Mudei a hidráulica instalação.

Pintei a casa por dentro.

Ordens vindas do meu centro!

Ou será, ainda, que só estou fazendo isso tudo,

Porque a maré trouxe um novo impulso,

Uma nova motivação,

Para a antiga e aposentada rebelião?

Pode vir dela essa adolescente disposição,

De rejeição a toda forma de escravidão!

Seja qual for sua origem,

Varreu-me toda a fuligem,

Toda a poeira,

Acumulada na velha esteira...

Nada ficou no lugar,

Da,í a obrigatoriedade de recomeçar.

Sei que dei voltas desnecessárias,

Tomei decisões arbitrárias.

Fui longe demais,

Demoli todas as particulares catedrais.

Mas, o incomensurável aprendizado,

Em meu íntimo, para sempre, está gravado.

Por isso, agora,

O que, um pouco, me incomoda,

É uma discreta, mas permanente,

Além, de bastante arguente,

Ansiedade,

Em vivenciar a minha baianidade.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 01/04/2010
Código do texto: T2170738