Gondoleiro da poesia

Gondoleando

Jorge Linhaça

Gondoleio nos canais da emoção

águas profundas do meu pensamento

refaço a rota, imagens invento

os dissabores disfarço em canção

Gôndola minha, tu és o meu chão

viajo contigo pelo firmamento

haja bonança ou haja mau tempo

és meu amparo, meu naco de pão

Sou gondoleiro, ainda persisto

Rompo os anos, trespasso as eras

Vou navegando na minha utopia

São tantas águas que contigo risco

Tu me acompanhas em minhas quimeras

Gôndola minha, teu nome é poesia

Arandú,18 de março de 2010