Nem santa, nem louca
Cibele Carvalho
Cibele Carvalho
Nem santa, nem louca,
somente alguém que, ao cair da tarde,
lançou-se à procura, sem alarde,
de alguém que lhe beijasse a boca.
E saiu, assim, sem rumo certo,
seu instinto de busca, aguçado,
a dizer-lhe que estava perto
o que tinha, até então, procurado.
Encontrou-o logo ali, na esquina,
parecia estar à sua espera.
Não precisaram de apresentações,
um sabia quem o outro era.
Nem santa, nem louca,
somente alguém que encontrou,
num fim de tarde qualquer,
alguém que lhe beijasse a boca,
alguém que lhe beijasse a boca,
fazendo-a mais mulher.
*****
RJ,16/11/09
*****
RJ,16/11/09