EU CANTO


Quando canto me “dispo”

De qualquer restrição
ou impureza

Como uma criança indefesa
Volto ao estágio primordial
Onde homem bicho planta e natureza
São uma coisa só

É um instante mágico
Minh’alma se veste de sons
Luz e sentimentos
E nesse milésimo de momento
Chego à presença de Deus

A energia interativa da platéia
A música vibrando em meus porões
Cada célula do meu corpo
Transformada em corações
Pulsando impulsionando
Ahhhh me sinto dez

Nesse ínfimo regaço
Perco a noção tempo/espaço
Sinto-me uno ao criador
Esqueço as mazelas e a dor
Não quero mais existir
Apenas cantar, ser e sentir