Alívio Saboroso
Estou nas cercanias do equilíbrio.
Isso é um saboroso alívio.
A pior coisa do mundo,
É conhecer o fundo
Da tristeza,
O vazio da represa...
A gente se sente pequeno,
Perigosamente indefeso.
Perde-se o sabor
E a cor...
Quando a gente começa a voltar,
Quando o dia começa a raiar,
E a gente sente o sol no rosto,
Um agradecimento percorre o corpo.
Surge a obrigatoriedade de elaborar
E, principalmente, materializar
Um bom viver,
Propício ao crescer.
Dá vontade de saborear a vida,
De ignorar toda e qualquer intriga,
Mutam-se os valores,
Ampliam-se os sensores...
Para melhor captar
A harmonia circular,
A melodia milenar,
A gente se sente parte do ar...
E quer conversar,
Quer participar!
Aparece uma disposição,
Capaz de fertilizar qualquer chão.
Tudo fica mais fácil.
O mundo fica mais ágil,
Mais amigável,
Bem mais agradável.
Surge o ímpeto de, profundamente, respirar...
De, espontaneamente, comungar,
De se irmanar,
De nada desejar!
Não se pode mais perder qualquer instante.
Tudo é importante...
Nada é discordante.
Só a afeição é relevante!