Um pássaro faceiro canta na minha janela
Chega, se instala, come e fica a me fitar
Seu canto me adormece e também me alegra
Como se soubesse que trago no peito, a solidão.
Fico a contemplar sua dança, esqueço da vida
Acho que espera ou se mostra para sua amada
Mas o vejo sempre sozinho, em busca do alpiste
Que coloco do lado de fora para lhe matar a fome.
Solitário fica na janela a espera de quem ama,
Provavelmente, lhe falte uma esposa e um ninh
Sinto vontade de lhe dá um berço esplêndido
Mas não ouso, tirar sua liberdade, cortar as asas.
Provavelmente, preso, seu canto perderia a razão
Não teria a mesma alegria e a tristeza o mataria
Definharia e a morte, castigo de quem vive, chegara
E eu, com certeza, perderia o amigo e o seu canto.
Não, não! vem sempre, espargir sonoridade e alegria
Curtir sua liberdade e me encantar com seu canto
E quando triste me encontrar, me faça parar o pranto
Me ofereça seu carinho que em troca lhe darei o meu.
fama
02-08-09