SORRIR
Não tem segredos sendo simples até,
basta só querer e dissipar os ódios,
as nuvens escuras das tempestades,
e amainar as impurezas da Alma,
abrandar os corações então duros,
e sorrir, sorrir, até se exaustar.
Um pobre sorri em sua miséria,
assobia quando desperta do sono,
imita os passarinhos que cantam,
e sabe cultivar suas felicidades,
pois não sabe cultivar os ódios,
próprios de quem tem amarguras.
Quando dois corações se tocam,
sorrisos brotam e se apaixonam,
nem precisam falar dos sentimentos,
pois o olhar é a porta de entrada,
para que tenham as reciprocidades,
e o amor se instala nos aconchegos.
A mamãe que gerou com carinho seu filho,
sorri feliz ao amamentar seu rebento,
num cenário que merecia até pinturas,
tal a candura que apresenta no olhar,
e o momento sublime é de tal magnitude,
que nada existe para assim se igualar.
E a criança que veio para alegrar um lar,
sabe sorrir das peraltices que apronta,
e todos seus gestos denotam carícias,
mesmo quando chorosa quer aconchegos,
e a maior das graças que à todos comove,
é quando apanha uma flor e entrega à mamãe.
Sorrir feliz não exige compromissos nem tratos,
basta esquecer as mágoas dos ressentimentos,
nem cultivar ódios em terrenos tão ásperos,
que não germinam diante de nutrientes escassos,
e nem regados pelo jardineiro que se ausenta,
pois em vez de flores só florescem os espinhos.
04-02-2010