Sob os Ditames da Afeição

Abdiquei, espontaneamente, da palavra final.

Não faço mais questão de impor meu pensamento,

Mesmo quando estou completamente seguro do argumento.

Evitar discussão é sensacional!

Não tenho tempo para perder com a vaidade

De vencer, de ter a última palavra, numa conversa.

Aponta para outro lado minha seta.

Não me detenho mais com pequenas banalidades...

Tenho muito que semear,

Muita terra para arar,

Muito carinho por fazer,

Muito caminho para perceber!

Prefiro ver, no rosto, o sorriso,

Ao invés de fazer prevalecer meu juízo.

Aprendi a respeitar a visão alheia,

Mesmo que ela se apresente com a liberdade de uma cadeia...

As pessoas apegam-se ao seu ponto de vista,

Como se fosse verdadeira conquista.

Defendem-no com a própria honra!

Eu, pulo essa onda...

Estou aqui para perceber e evoluir!

Ainda que, para tanto, eu tenha que destruir

Todo o meu relicário,

Ainda que tenha que trocar mil vezes de itinerário.

Sei que posso ir mais longe.

Vai ficando progressivamente melhor o meu horizonte.

Não tenho preguiça de subir o monte,

Para beber da mais pura fonte.

São-me inúteis as vãs discussões.

Persigo as grandes constatações...

Reavalio, constantemente, minhas ligações.

Vasculho, minuciosamente, todas as sensações.

Absorvo cada passo,

Valorizo muito, cada abraço.

Existo sob os ditames da afeição.

O resto, para mim, é pura ilusão!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 02/02/2010
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