SUAVE DELEITE



Ó, águas claras
Que em ritmos indomáveis
Mata as sedes
E penetra o silêncio

E lá fundo bem fundo
Através do espelho – ardor

O teu líquido
Alimente os peixes
                   As aves
                   E mais além
                   A mitológica-flor



Ó, águas claras
Que em olhos viventes
Bebes a minha insensatez
E penetra a solidão

E lá intimo bem íntimo
Através da luz – maior

O teu afluente insaciável
Vise a colheita
         A fuga dos astros
         O imensurável amor



Ó, águas claras
Que o teu céu paciente
Sobrevoe a minha órbita infinita

E lá ida – e volta
Repousas o teu branco sangue
No alvo certo da minha mente


Maturar o canto
No espaço aberto
Do meu inconsciente

Águas claras
Fazes-te em mim
O Esplendor do amanhecer
Imensamente.

ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 01/02/2010
Código do texto: T2062757
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