Dia-a-dia
Dia-a-dia
Nenhum de meus afazeres,
Nada do que faço, diz ou me faz sentir
A plenitude de ser.
Corro então em passos bem largos,
E lá estou, diante de tão bela harmonia.
Harmonia em tons verdes.
É tudo tão claro e calmo.
Mas meu corpo com tais afazeres,
Castiga a mim e a minha alma.
Que às vezes penso em deitar-me na grama e
assistir a tão belos espetáculos.
Pássaros, grandes árvores bailarinas.
Às vezes comparo donas de casa como eu,
como belas bailarinas,
a lavar,
a varrer,
a correr para seus belos filhos atender.
Grandes rodopios e giros em seu dia-a-dia.
Dia-a-dia.
Dias após dias.
Rodopios e giros,
A mesma dança.
Assim as vezes descanso,
Imaginando todas nós mulheres assim!