IDAS E VINDAS

Destas plagas desertas, incertas,

ponho-me a sonhar, a pensar.

E neste torrão de sofrida solidão,

O que invade o coração? A tristeza,

As vezes, a beleza, a angústia e o

Penar.

Outrora me sentia tomado

De alegria, alguém que

Se embebia do sentimento

Mais belo, tirado, gestado

E maturado, transformante,

Transformado, cenário propício

Ao sonhar.

A tua companhia nas idas

E vindas, que beleza infinda,

Prazerosa, semelhante, amante,

Sem amar. Semblante cativante,

Fulgurante, simetria sem par.

Só te vendo pouco, lamentando

Vou aos poucos, e a cada

Dia mudo meu semblante e

Num soluçar constante me vejo

A lastimar.

Ah! Quantas alegrias me dispensarias

Se eu te pudesse contemplar, admirar,

Afagar; pelas noites frias jamais

Dormiria ou dormitaria, porém estaria

todo o tempo a te admirar.

E ao alvorejar do dia rejuvenesceria, que

Nova alegria! Sorririas? Quanto bem

Me proporcionarias em um outro

Caminhar e um novo olhar.

José Luciano
Enviado por José Luciano em 28/01/2010
Código do texto: T2056915
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