IDAS E VINDAS
Destas plagas desertas, incertas,
ponho-me a sonhar, a pensar.
E neste torrão de sofrida solidão,
O que invade o coração? A tristeza,
As vezes, a beleza, a angústia e o
Penar.
Outrora me sentia tomado
De alegria, alguém que
Se embebia do sentimento
Mais belo, tirado, gestado
E maturado, transformante,
Transformado, cenário propício
Ao sonhar.
A tua companhia nas idas
E vindas, que beleza infinda,
Prazerosa, semelhante, amante,
Sem amar. Semblante cativante,
Fulgurante, simetria sem par.
Só te vendo pouco, lamentando
Vou aos poucos, e a cada
Dia mudo meu semblante e
Num soluçar constante me vejo
A lastimar.
Ah! Quantas alegrias me dispensarias
Se eu te pudesse contemplar, admirar,
Afagar; pelas noites frias jamais
Dormiria ou dormitaria, porém estaria
todo o tempo a te admirar.
E ao alvorejar do dia rejuvenesceria, que
Nova alegria! Sorririas? Quanto bem
Me proporcionarias em um outro
Caminhar e um novo olhar.