Vamos comer?

Sim, mas

vamos comer poesia?

sirvo-te de bandeja

canapés generosos,

versos de paixão ou prosa

apimentados com minha alegria...

Sei o que provoca

uma pitada da mais fina ironia

e torço para não te dar desgosto

ira ou simplesmente, azia...Mas

se poesia é alimento para a alma

o corpo agradece a boa sinergia ...

Relaxe, venha e me conte um conto

pois mesmo que invente

um ponto já valeu

a fantasia...

Pois em qualquer idade

a sensibilidade

fala de saudade,

fala de verdade,

de ambiguidade,

de liberdade,

de eternidade...

Sente-se ao meu lado e

deleite-se com meus

projetos e meus devaneios...

ouse, experimente,

pois nonsense, lirismo

são sem contra indicação e

fazem bem ao coração...

Olhe e prove

desse desejo

salpicado

de bom humor

no ponto exato para

degustar, seja no frio

ou calor

E assim, de poesia ou

receita, estou satisfeita,

com o avental do dia,

abro meu sorriso e,

refestelada com seu apetite,

renovo o convite:

- Vamos comer poesia?