A CIGANINHA

Noite serena, o vento brando sopra.

Em torno de uma pequena fogueira,

Ao som do violino cigano...

Ela, tocando suas castanholas bailava.

Teus negros cabelos cobertos de balangandãs,

Confundiam-se com o manto estrelado da noite!

Seus olhos verdes cintilavam como esmeraldas...

Combinavam com o talismã de jade em teu pescoço.

Suas vestes como que abandonadas ao sabor do vento.

Em cada passo de sua dança esvoaçavam como borboletas!

A coreografia de teu corpo, mais parecia uma rara serpente.

notava-se que cada olhar ficava enfeitiçado, parado no tempo!

E ela linda sensual cigana, ria deliciosamente.

Dançando em torno da fogueira extasiando até o fogo,

Que alvoroçado lança ao espaço, fagulhas de vivas chamas!

E a brisa noturna suspira orvalhos em forma de suave sereno.

Diante de tal magia e encanto, eu ali perplexo.

Paralisado como uma pedra de gelo que se vai derretendo...

Vou caindo de joelhos, saldando a linda princesa.

Implorando no olhar, que ela me veja!

Para meu espanto e felicidade...

Aproximando-se com toda a sua sensualidade,

Como que desprezando os que ali se encontravam.

Ao som do violino cigano ela veio a mim.

Estendendo a mão com um sorriso nos lábios

Tão carnudos como o pomo de um doce fruto...

Vermelhos como o morango, sensuais como a lua.

Diz-me com meiga voz... Vem... E eu ali sonhei.

Por toda a eternidade!