Recado Dado

Era madrugada.

Saí para varanda, para ouvir a chuvarada.

Debrucei-me no canto esquerdo e ali estava a cena,

De uma plenitude obscena...

Um poste de luz aceso na frente da casa

E outro, na esquina transversal, era tudo que iluminava.

No quintal, uma grande goiabeira encostada no telhado da varanda...

E, o incomum, dois cavalos comendo mato...

Eu os pedi emprestados.

Tentavam se proteger sob a árvore e as telhas: abrigo duvidoso,

Para um tempo tão cavernoso...

Agora o inusitado,

Em volta dos cavalos, bailavam impunemente,

Delicadamente,

Mais de uma dúzia de vaga-lumes, tornando o momento encantado.

O jogo de luz e sombra provocado pelo vento

Na copa da goiabeira,

Serviu de iluminação para a coreografia.

Ressaltou o talento

Das pequeninas criaturas,

Que parecem viver em eterna brincadeira,

Numa inquestionável harmonia.

São provas evidentes do poder maior da brandura!

Quero crer, que fui chamado

Para testemunhar o momento e deixá-lo registrado.

O espetáculo - esse sim, merecedor do termo - durou alguns minutos,

Que, obviamente me quedaram mudo.

Instantes absurdos,

De tão plenos,

De tão belos!

Trazendo à frente,

De forma bastante convincente,

A afirmativa de que tudo vai sim, de uma forma ou de outra, dar certo.

Tudo está se encaminhando para o mais correto.

Para o melhor,

Para o bem maior.

Emocionei-me ao extremo...

À oscilação emocional, pus termo.

Agradeci sensibilizado,

Pelo claro recado,

Que me acordou

E me confortou.

Registrei as imagens, os requintes da ousadia,

Para compartilhá-los em poesia.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 25/01/2010
Código do texto: T2049418