UM RETRATO D’ALMA
Eu menino tenho guardado
Um retrato de minh’alma feliz
Dobrei amareladas lembranças
De um tempo em que eu fui feliz
Eu não tenho muitos sonhos
Gostava de amendoim torrado
Cartucho, rapadura e balas azedinhas
E devorava “Maria-mole”...
Não que o tempo
Faça eu lembrar só do passado
Mas eu ainda preservo
A inocência daquele menino
Estradas empoeiradas
Janelas da casa de madeira
Completamente abertas
Nas noites de calor
Íamos à praia pegar siri à noite
Ou durante o dia somente para tomar banho
Éramos somente nós – uns poucos –
Hoje parece que mudamos de planeta...
Quero a minha tranquilidade de volta!
Por que eu tive que me mudar para o futuro?
Mário Feijó
20.01.10