Domingo!

Apolo, rubicundo, vermelho,

Estende sob o amplo planeta

As melanias doiradas dos seus

Cabelos,

Enquanto deixa a sagrada

Cama do teu zeloso esposo,

A moça das pontas dos dedos

Rosada!

Passam pássaros de farpadas

Línguas

Saudando Aurora com harmonia

Melíflua!

Borboletas brancas, todas infantes,

Mal saídas das ricas crisálidas,

Azuis, coloridas, pálidas,

Prendem com seus laços fortificantes

(Que os olhos não vêem jamais)

Os fios todos verdes dos verdes

Arrozais...

Na cobertura das ramas e copas

Uma aranhinha sua rede vai tecendo

Um riacho murmurando um sereno

Canto em seus meandros e voltas!

Nuvens de flores esparramadas

Das mais variadas cores e perfumes

Véus de líquidas águas nas cascatas

Nos ninhos chios dos pequenos implumes!

Mais um belo e eterno Domingo!

Radiante... Verdadeiro céu de anil!

Possibilitando alegrias a seres mil...

Dia próspero de luz... Manto cristalino!

Agora sobre mim passam, em alegre bando,

Mais de mil garças

Voando...

Todas esbranquiçadas...

Levando-me

Em ligeiras e leves asas...

Vou com elas com um sempre contido

Sorriso que ando guardando desde menino...

Ah! Voar!...

Sinto cheiro doce de pó de céu!

Todos meus poros em constante

Arrepio...

Tudo tingido de azul! Falante

Que sou, recrio...

Refaço, sou de lodo e de aço,

Sou de rio, sou lírio,

Sou de plástico!

Domingo!...

Dia mágico, místico e sedutor.

Dia universal do ócio... Preguiça...

Tempero novo... Cheiro do almoço...

A saborosa comida...

Sete horas tem missa

Para agradecer ao... Criador!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 10/01/2010
Código do texto: T2020857