O Rei do riso.
Sob as lonas singelas
Cavalheiros e donzelas,
Viajam por um mundo primoroso,
De sonho quimérico e venturoso.
Um mundo dentro d’outros mundos
Que acolhes os nobres e moribundos,
Esse mundo é o circo! Meus Senhores,
Onde Doutores são miseráveis e miseráveis são Doutores.
Com a face toda pintada e roupa espalhafatosa
És como se num jardim fosses a mais pura rosa,
Tens em suas expressões fulgor que erradia
Fazes despertar ilusões, fazes despertar alegria.
O riso meus amigos é a mais casta expressão
Do amor que gema d’alma e do imo d’um coração,
Histrião, truão, bufão, ou popularmente palhaço,
Bardo, artista, ator, ser humano. Hoje! Escasso...
Ser palhaço, ser rei do riso,
Majestade do improviso,
É a maior dádiva que um ser
Pode do grande Deus receber
Tu és para nós como o alvorecer,
Traz nova esperança em sua candura
Qual água da fonte que és límpida e pura,
E dos mananciais está sempre a pender.
Raio de sol em alva fria,
Personificação da alegria,
Filho de todas as cidades,
Passaste e deixaste saudades...