A Voz do Silêncio
Tem origem na tua seiva
o doce mel que os meus lábios consome
com ânsia e sofreguidão,
inrrompendo a mudez da noite
com grunhidos e sussuros roucos,
até à exaustão.
Daí, verto-me em líquido e luxúria plena.
A alma, uma unidade pequena
para tamanha profusão.
Libido e desejo à flor da pele.
Depois, tudo se asserena.
Languidez e olhos postos frente à frente.
E aquele silêncio que fala mais que mil palavras.