Fui

E pela manhã

Um passarinho cantou

O sol despontou

Uma música ecoou

Era de amor

Era para mim

Era sim!

Já fui ave

Fui sertão

Água que corria sem dono...

Eu fui rainha

Escrava

Fui dozela

Dama no abandono

Da ave sobrou o canto

Do sertão a doce melâncolia

Quando fui água

Tinha não dono…

Rainha fui de meus sonhos

Escrava ainda sou

Dos poetas

De poesias

Das melodias…

Do céu estrelado

Do sol amarelinho

Dos bichinhos abandonados

De gente que sofre com fome

Dos Analfabetos

Da casinha branca

Com flores no jardim

Sou escrava do belo

E do ruim…

Paula Castanheira
Enviado por Paula Castanheira em 16/10/2009
Reeditado em 01/11/2009
Código do texto: T1869392