Mutação
Desponta à tarde mansa sem pressa
Passaradas em bando se aconchegam nas árvores
Tão eloqüente o estardalhaço dos seus cantos
Que toma de irritação e enfurece o vento
Formando redemoinho espalhando poeira
Folhas secas arremessam vôos parecem borboletas...
De repente apenas algum gorjeado se ouve
A calma toma conta do momento
Néons acendem, luzes mudam a paisagem.
A praça ora passagem apressada se rende ao nostálgico
Velhos aposentado fartam-se do passado
Armações de óculos prateadas prótese em risadas...
Aquela gurizada aparece do nada
Fazem maior algazarra, energia em gargalhadas.
Nas sombras das arvores casais apaixonados se calam
Falam através de gestos beijos e abraços
Nas luzes dos postes monte de insetos se engalfinha
Procuram no calor da energia vislumbrar o dia.
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