SÃO PAUCAS AS VEZES

Poucas vezes em que me entendo

Sinto a falta de um amigo

De um sexo

Um mito

Sinto minha falta,

Quando a ignorância me atinge

O pensamento voa, se esconde

Poucas vezes

Sinto emoção no peito

Esta que nem sei te dizer

Poucas vezes me isolo do mundo

Em poucos segundos

Tento me encontrar, me entender

Poucas vezes

Me abro com algo

Um papel que ao menos me corresponde

Papel este,

Que me escuta,

Me olha,

Mas não sei se me entende

Pode me entender um papel,

Se o tão falado homem

Que se diz o inventor

Ao menos me percebe?

Poucas vezes

Que me julgo gente

Me julgo um nada

Quem sou eu?

Sou você, sou ele, um pouco de cada

Sou nada

Como um deslize sem lógicas

Como um conjunto de palavras?

Não! Sou como as deusas

Pois são poucas.

Leonardo Pergaminho
Enviado por Leonardo Pergaminho em 12/10/2009
Reeditado em 13/07/2010
Código do texto: T1861795