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      ecanto

             das
                   
L 
                        etras
                             

 



 
 


MONÓLOGO DOS RABISCOS

Olho através das vidraças
chove la fora.
As poesias ficam sem graças.
O que dize-las agora ?
Até parece que os céus
advinham e choram por mim.
Um vento forte,
dobram as palmeiras ,
sacodem os galhos....
Como se a mim quisessem....
Acordar ou quebrar...
Os frutos verdes ou maduros despencam
Verde ou maduro é o amor....
Desta forma vou colhendo
o que restou desta tempestade.
Será que ainda tenho idade?
Lágrimas dos céus que embaçam vidraças....
Nos meus olhos semelhante se passa........
O que olhos não vêem coração não sente....
Então só eu sei o que estou a sentir...
Como gostaria   agora  te-la
nos braços meus e dos meus rabiscos.
Mas monossilabamente
monólogo vou escrevendo
Eu rabiscando para eu...
Sem mais nenhuma razão....
Perdi o meu coração....
Numa divisão consciente
do ser e ter.
 
Rs trigueiros
Iguaba 10 de Outubro de 2009 14:00 hs