Sempre as Exclamações!!
A existência desperta em mim,
Uma perplexidade que parece sem fim.
Algum sentido que não sei explicar...
Que eu nunca ouvi falar.
É um jeito de perceber,
Que nunca ousei conceber.
Vai além do que está acontecendo,
Do que se está vendo...
Passa o estágio do sensível,
Incorrendo constantemente no invisível...
Outro entendimento,
Sobre a atualidade que estamos vivendo.
Sinto a interação com tudo,
Entre tudo...
Fator que me desabilita para o convívio normal.
Meu ser volta-se gradativamente para o excepcional...
Onde não existem explicações,
Apenas exclamações!!
Fujo do banal,
Tanto quanto me torno disponível para o sensorial...
Mesmo na visão cotidiana da vida,
Há tanto que não se explica,
Que não combina,
Que não prima...
Que não pode ser só o que se vê.
Há muito mais do que se crê...
Até mesmo no nosso jardim,
Há mistérios que não têm mais fim.
Muito mais do que, até hoje, se conseguiu decodificar.
Falo do que está transparente,
Exatamente, à nossa frente.
Pedindo para se explicar,
Implorando para se desvendar,
Que não pode mais se calar,
Que não se deve mais ocultar,
Muito menos se ignorar.
Estamos tão atrasados, junto aos processos evolutivos,
Que é um milagre ainda não termos naufragados no destrutivo.
A poesia é a lente, através da qual vejo
E me ofereço.
É a ligação
Entre a alma e a imensidão.
Vivo pela sua janela,
De contornos azuis, com vasos de flores amarelas.